Dr. Rodrigo Tormin Ortiz
Com o envelhecimento da população, os quadros de degeneração das articulações serão cada vez mais comuns, podendo levar à piora da qualidade de vida dos pacientes. A articulação do ombro, naturalmente, permite uma grande amplitude de movimento. Quando este ombro evolui para um quadro de desgaste articular, os pacientes normalmente se queixarão de dor e de perda de movimento.
Existem várias causas para as artroses do ombro, sendo as mais comuns a artrose primária (degeneração da articulação entre o úmero e a escápula, causada pelo envelhecimento tecidual) e a secundária à lesão do manguito rotador (grupo de músculos e tendões que movimentam e estabilizam o ombro). Outras causas mais raras para artrose do ombro são artrite reumatoide, artrose pós-traumática (após fraturas ou luxações) e necrose vascular da cabeça do úmero.
O sintoma mais comum é a dor, que piora ao movimento e progressivamente. Outra característica frequente é a dor noturna. A perda de movimento progressivo, dificultando as atividades com o braço principalmente para elevação e rotação, é mais um sintoma. O paciente pode referir crepitações ou rangidos durante esta movimentação.
Na consulta, o médico irá avaliar o grau de movimento tanto passivo quanto ativo do ombro e em quais movimentos a dor acontece. Os exames complementares mais comumente solicitados são as radiografias, a ressonância magnética e, eventualmente, uma tomografia computadorizada.
A radiografia demonstrará um estreitamento do espaço articular e a presença de esporões (osteófitos) na borda da articulação. A ressonância demonstrará a qualidade e a integridade dos tendões do manguito rotador. Já a tomografia mostrará o estoque ósseo presente no ombro e se o desgaste articular é simétrico ou assimétrico.
Embora não exista cura para a artrose, o tratamento pode ser de diversas maneiras com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento inicial é sempre o não cirúrgico, envolvendo mudanças nos hábitos de vida, reabilitação para melhora dos movimentos e da força muscular. Outra possibilidade terapêutica é a realização de infiltração do ombro com anestésico e/ou corticoide.
Quando o tratamento não cirúrgico não traz melhora, é indicada a cirurgia. Para casos leves e em pacientes jovens, pode-se realizar o tratamento com artroscopia, mas nos casos mais avançados o tratamento indicado é a substituição da articulação por uma prótese de ombro. Existem vários tipos de próteses para o ombro, cada uma com sua indicação específica.
Dr. Rodrigo Tormin Ortiz é ortopedista especialista em Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Instituto da Coluna Campinas.
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