Dra. Camila P. Basso – Em tempos de coronavírus, as preocupações individuais e coletivas aumentam muito, sendo a ansiedade uma resposta aos estímulos internos e externos nesse momento. A probabilidade de se sentir mais ansioso é natural, além da quantidade de vivências de ansiedade já sentidas durante a jornada normal. As principais queixas vêm da mudança de rotina e das incertezas do futuro.
A ansiedade é uma resposta a um processo de adaptação. Se você se sente mais ansioso, consequentemente terá mais dificuldade de criar novas alternativas e de se organizar bem nesse momento. Existe uma preocupação saudável em relação ao novo, diferente do excesso de preocupação desproporcional que gera mal-estar, impossibilitando tomada de decisão lúcida.
Conhecer a si mesmo contribui para que possa fazer escolhas melhores, tais como:
– Criar metas específicas.
– Saber dizer não a certos padrões repetitivos de emoções negativas.
– Conhecer profundamente seu passado e o impacto de suas vivências nas suas emoções no presente.
Mas devido ao alto grau de complexidade para entender a própria história de vida, suas emoções, reações e escolhas, muitas vezes é mais fácil que isso ocorra durante o processo psicoterapêutico.
Se você já está abarrotado de informações e convive com pessoas que lhe sobrecarregam com mais notícias a tendência é o cansaço, além de medo e ansiedade. Não é saudável fugir da realidade. Mas dar umas “escapadinhas” pode fazer muito bem. É preciso organizar-se para que isso contribua para a sua saúde emocional.
Cuidar sobre o que vai conversar com as pessoas a sua volta, ajudar quem está mais abalado emocionalmente é muito importante. Escolher mudar de assunto, fazer planos possíveis para os próximos dias, desejar um futuro melhor, pensar novas ideias para contribuir com quem precisa são boas ações para si e para os demais a sua volta.
Ansiedade gera pensamentos fantasiosos e desastrosos
Antes de se apavorar, pense atentamente: o que você efetivamente está fazendo para se cuidar e cuidar dos outros? O que tem feito para contribuir diretamente com a diminuição da transmissão? Porém, se você já está apavorado, é preciso cuidar da mente para se centrar e resgatar a paz interior.
Perceber a gravidade da situação pode ajudar a criar melhores escolhas. Se você está preocupado, anote todos os pensamentos que lhe apavoram, como:
- Medo da doença.
- Medo de perder o emprego.
- Medo da retração econômica.
E depois encontre dentro do possível pelo menos três soluções ou ações de adaptação aos seus pensamentos. Esse é um momento de união, mesmo que distante! Cuide de você e das pessoas a sua volta. Converse com pessoas que possam lhe ajudar e também ofereça ajuda.
Dias melhores virão!
Dra. Camila P. Basso é psicóloga do Instituto da Coluna Campinas
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