Enfa. Maria Tonussi – Na China, país asiático distante de nós, mas conhecido por suas comidas exóticas (formigas, escorpiões, gatos, lagartos etc) surgiu o Coronavírus, na cidade de Wuhan, em dezembro do ano passado. Nessa região da China, ele teve início em pessoas que frequentaram uma área de mercados de vendas de animais vivos e frutos do mar, sugerindo uma contaminação via alimentos.
Coronavírus é uma família bem grande de vírus que são comuns em animais, incluindo ratos, camelos, morcegos etc e que raramente podem infectar pessoas. Isso já aconteceu antes, com a infecção respiratória conhecida como SARS-CoV (Síndrome Respiratória Aguda causada por coronavírus) ocorrida também na China em 2002 e depois com a MERS-CoV (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) no Oriente Médio, na Jordânia, em 2012.
O nome COVID-19 é uma abreviação: CO (Corona) VI (Vírus) D (da palavra inglesa Disease = doença) 19 (o ano em que aconteceu). É uma doença respiratória, causada por esse vírus que ataca o aparelho respiratório da pessoa, especialmente os pulmões, trazendo sintomas de uma gripe forte: febre, tosse e respiração curta ou dificuldade de respirar. Pessoas idosas são o grupo de maior risco!
Essa nova transmissão entre animais e humanos, chamada de COVID-19, é transmitida como as outras duas anteriores, de uma pessoa para outra por meio de gotículas do espirro, da tosse ou da fala. Essas gotículas têm o nome de perdigotos, e podem também contaminar as superfícies ao redor da pessoa que espirrou ou tossiu.
Então, mesmo que a pessoa doente que espirrou não estava próxima de outra, ela pode deixar as gotículas com os vírus em bancos, mesas, celulares, caixas eletrônicos, corrimões, balcões, etc. Daí a importância de se lavar e desinfetar as mãos várias vezes ao dia e tentar ao máximo, não levar as mãos ao rosto para arrumar óculos ou cabelo, ou mesmo para quem tem o hábito de fumar ou de roer as unhas.
Você não pode deixar de fazer tarefas, tomar condução, sair de casa, mas pode ficar muito atento ao seu redor, sair de perto de pessoas com sinais de gripe, evitar usar celulares e computadores emprestados, terminais de bancos, e principalmente, se precisar usá-los, lavar as mãos e passar álcool gel ou álcool 70%.
Nós já enfrentamos outros surtos de gripe, como o recente H1N1, que também matou muitas pessoas, e certamente, com cuidado e atenção, vamos superar esse também.
Agora preste bem atenção no que você pode fazer para se prevenir e ajudar os outros nessa prevenção:
Uso de máscara descartável: só deve fazer uso dela a pessoa que está doente e o profissional da saúde que está trabalhando. Pessoas que não estão doentes não precisam de máscara; a máscara é para proteger que as gotículas da pessoa doente se espalhem ao seu redor e que o profissional da saúde inspire essas gotículas enquanto o examina ou cuida desse doente. Se você não está gripado e precisa tossir ou espirrar, o recomendado é que cubra sua boca e nariz com a dobra do cotovelo, evitando a dispersão de suas gotículas.
Lavagem das mãos: simplesmente o melhor e mais efetivo cuidado para se proteger desse vírus. Lave as mãos sempre que tiver de tocar locais muito frequentados, qualquer superfície, como corrimão de ônibus, teclado de caixa eletrônico, aparelho de retirar senhas, porta de estabelecimentos públicos (agência de correio, bancos, hospitais etc), entre outros. Atualmente os locais onde você faz o chamado trabalho compartilhado, ou “co-working”, também merece atenção! A pessoa que trabalha com você pode ter o vírus e não apresentar os sintomas.
O álcool gel é uma proteção, mas não protege 100% se você está já com as mãos sujas. Entenda: o ideal é você lavar as mãos com água e sabão até a metade do braço e depois de secas usar o álcool gel. Mas pode acontecer situações onde não vai ter onde lavar as mãos… Aí você pode usar só o álcool gel, porque melhor ter parte da proteção do que não ter proteção nenhuma.
Cuidado com os idosos de sua família: a faixa etária de maior risco é aquela acima dos 60 anos. Então, evite que eles recebam visitas, prefira os contatos telefônicos, evite os abraços e beijinhos e instrua-os sobre isso. Se eles precisarem fazer compras de qualquer coisa, ofereça para fazer isso por eles. Ficar em casa resguardados nesse próximo mês pode significar não adoecer. Qualquer dúvida, pergunte no Posto de Saúde mais próximo.
Oriente as crianças: apesar de elas estarem num grupo de menor risco, as crianças devem evitar as aglomerações e serem orientadas sobre o que significa esse vírus que estamos enfrentando. Tire um tempinho para explicar à elas da forma mais simples possível! Explique como é bom ficar em casa, não abraçar e nem beijar os amiguinhos por um tempo, não emprestar brinquedos e, se fizer, lavar o brinquedo quando receber ele de volta. E ensine o principal: como lavar as mãozinhas direitinho, até a metade do bracinho e entre os dedinhos. Lavar sempre! (Especialmente as crianças que por um movimento natural levam tudo à boca, coçam os olhinhos quando estão com sono e frequentam o chão constantemente…)
Evite aglomerações: esse pedido dos órgãos de saúde é porque quanto mais pessoas estão ao seu redor, maior a chance de você estar perto de uma pessoa que está contaminada. Evitando aglomerações, você diminui a chance de contágio e se protege. Evite os cultos em igrejas, ir a feiras, shoppings e ruas de compras, pegar ônibus/trens lotados, shows etc. Se você tiver sintomas de gripe, vá ao Pronto Socorro mais próximo, faça uso de máscara e depois de medicado fique em casa se recuperando e evitando contaminar outras pessoas.
Mantenha sua casa bem arejada, deixe o sol entrar: ambientes arejados são mais saudáveis e têm menos chance de manutenção de vírus. Limpe bem as superfícies com água e sabão, com álcool 70% e deixe o sol entrar. Troque toalhas de mão diariamente e prefira sabão líquido nas pias.
Não passe notícias que você não sabe se são verdadeiras: todas as notícias sobre saúde devem ser acompanhadas da fonte de onde foram tiradas! Se não podem ser confirmadas, não devem ser repassadas! As pessoas, numa epidemia, ficam fragilizadas, com medo do desconhecido, e a tendência é acreditarem em tudo o que ouvem ou recebem. Não colabore com isso!
Notícias sem fonte, sem referência, são fabricadas muitas vezes por pessoas que gostam de causar pânico e se aproveitam disso. Não caia nessa! Muito tem se falado sobre o COVID-19 e as recomendações do Ministério da Saúde são simples e objetivas e estão descritas aqui também. No final desse artigo estão os sites onde você pode aprender mais.
Vamos todos colaborar!
Maria Tonussi é enfermeira da equipe do Instituto da Coluna Campinas.
Fontes: www.coronavirus.saude.gov.br
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