Por Dr. Rafael Barreto
Uma das queixas mais frequentes no consultório de um ortopedista são as dores nas costas. Na maioria dos casos – cerca de 90% segundo pesquisa do IBGE -, o diagnóstico é de hérnia de disco, uma das grandes causas de incapacidade e ausência de trabalho na população em geral. No Brasil, são registrados mais de 2 milhões de casos de hérnia de disco por ano.
A lesão ocorre quando há o extravasamento ou o deslocamento do núcleo através da ruptura da parte externa do disco que fica entre as vértebras da coluna. O resultado dessa lesão muitas vezes é caracterizado por dor na região lombar, dormência, fraqueza nos braços e pernas ou até pela famosa dor ciática que é irradiada para a perna. Porém, em alguns casos a patologia também pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico.
Dores que se iniciaram depois de um trauma ou então que estejam associadas a alterações neurológicas, como perda de força ou sensibilidade, são sinais de alertas que indicam a existência de problemas na coluna.
Para o diagnóstico, são usados exames de laboratório e de imagem que vão indicar tratamento cirúrgico ou não, sendo que na maioria dos casos o tratamento da hérnia de disco é clínico, já que as vértebras têm capacidade de reabsorção parcial ou total do núcleo em um período de meses. Nesses casos que não necessitam de intervenção cirúrgica, durante a fase mais aguda da dor, o tratamento é feito através de reabilitação (fisioterapia) e medicação.
Nos casos em que a cirurgia é necessária – piora/persistência da dor junto a alterações neurológicas – a técnica mais indicada é por via endoscópica, em que os benefícios são maiores, como o baixo índice de infecções pós-operatórias, mínima manipulação de tecidos, reabilitação precoce e sangramento inferior se comparado a outras técnicas. Entretanto, devemos lembrar que esse procedimento não pode ser feito em todos os tipos de hérnia, já que a recomendação irá depender de cada caso.
Para prevenir o desgaste e, consequentemente, evitar a hérnia de disco, é muito importante praticar atividades físicas regulares de baixo impacto, manter o peso adequado, ter boa postura e evitar esforços radicais.
Dr. Rafael Barreto é ortopedista especialista em Coluna do Instituto da Coluna Campinas
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