Dr. Fernando Cipoli
As fraturas por estresse são extremamente comuns no meio esportivo, representando 10% de todas as fraturas entre os esportistas e incidindo principalmente em corredores.
Esse tipo de lesão ocorre normalmente por despreparo muscular e sobrecarga repetitiva, ocasionando assim fraqueza óssea e microfraturas. Com a continuidade do exercício e sem o tempo necessário para o tecido ósseo se adaptar às mudanças do treino, pode acontecer de haver fratura completa do osso.
As causas de fratura por estresse se dividem em fatores intrínsecos e extrínsecos, sendo os fatores intrínsecos: sexo feminino, tipo de pisada, tipo de pé, baixa massa muscular, hábitos nutricionais inadequados, má condicionamento físico, técnica esportiva incorreta, predisposição genética, alterações metabólicas e endócrinas, densidade e estrutura óssea e idade.
Já os fatores extrínsecos estão relacionados ao tipo e ritmo de treinamento, uso de calçados e equipamentos esportivos inadequados, progressão do treino, intensidade do exercício e recuperação pós-treino inadequada.
Embora as fraturas por estresse possam ocorrer em qualquer tipo de osso, é mais comum que elas aconteçam em locais que suportam o peso do corpo, como os membros inferiores.
Ao ocorrer a lesão, o paciente sente dor no local da fratura durante a atividade física, que persiste com a continuidade do exercício e com a mudança do treino. A dor costuma melhorar com períodos de repouso e piora se o local acometido for apalpado. Queda de desempenho também é um dos sintomas.
Quanto às fraturas, elas são classificadas em baixo risco e alto risco, sendo as de baixo risco com bom prognóstico de consolidação. Já as de alto risco têm prognóstico ruim de consolidação por estarem localizadas em uma zona de tensão do osso e com altas chances de reincidência.
Fêmur, patela, tíbia, calcâneo e metatarso são alguns dos locais mais comuns de acontecer fratura por estresse.
Para diagnosticar a fratura por estresse é necessário exame físico e exames de imagem, como radiografia e ressonância magnética.
Para as fraturas de baixo risco, o tratamento consiste na interrupção das atividades de impacto e uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios durante um curto período. As fraturas de alto risco necessitam de repouso absoluto e imobilização. Caso não haja resultado, a cirurgia para fixação da fratura é indicada.
Para prevenir novos episódios, é importante o acompanhamento do paciente com uma equipe multidisciplinar para avaliações periódicas a fim de evitar overtrainning.
Dr. Fernando Cipoli é ortopedista especialista em Cirurgia do Joelho e Medicina Esportiva do Instituto da Coluna Campinas.
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