Dr. José Rogério Nader –
Por algum tempo, a fibromialgia era uma doença pouco acreditada pelos médicos e de difícil diagnóstico, pois por ser uma doença que envolve sinais e sintomas de várias especialidades, isso resultava em diversos diagnósticos e hipermedicação, o que por sua vez não resolvia de fato o problema. O paciente fibromiálgico sente dor generalizada (pelo menos em três dos quatro quadrantes do corpo), dor articular e extrema sensibilidade ao toque.
Esses são os principais sintomas da fibromialgia, síndrome clínica que vem acompanhada também de cansaço constante, sono não reparador (quando acordamos com sensação de que não dormimos) e outras alterações, como problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos/dormências, depressão, dores de cabeça, tontura e alterações intestinais.
Embora não possua uma causa definida, estudos científicos mostram que pacientes com fibromialgia apresentam maior sensibilidade à dor do que as demais pessoas. É como se o cérebro interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor.
Com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com fibromialgia realmente estão sentindo dor. Mesmo não sabendo a causa exata, algumas situações provocam piora, como excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção, exposição ao frio, sono ruim ou trauma. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride por todo o corpo.
Entre 2% e 3% da população brasileira sofrem de fibromialgia, a maioria mulheres, e o problema costuma surgir entre os 30 e 55 anos. Há casos, no entanto, envolvendo pessoas mais velhas e também crianças e adolescentes.
O diagnóstico é essencialmente clínico, feito pelo médico, que pode pedir exames para excluir doenças que se apresentam de forma semelhante à fibromialgia ou ainda para detectar outros problemas que podem ocorrer em paralelo e influenciar sua evolução.
O tratamento inclui prática de atividade física, método não medicamentoso de grande impacto na melhora da dor, do humor e da qualidade de vida dos pacientes. Em relação aos medicamentos, analgésicos e anti-inflamatórios não são eficazes na fibromialgia, pois não conseguem regular o cérebro para diminuir a sensação exagerada de dor que é sentida pelos pacientes, por isso o médico prescreve antidepressivos e neuromoduladores, que atuam aumentando a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor, sendo por isso eficazes e utilizados no tratamento da fibromialgia.
Dr. José Rogério Nader é médico especialista em Tratamento da Dor do Instituto da Coluna Campinas.
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