Dr. Wilson Rossi
Uma das patologias que ocorrem no pé que mais frequentemente chegam ao consultório é a fascite plantar, inflamação do tecido fibroso que recobre toda a extensão da musculatura da sola do pé, desde o calcanhar até os dedos. Esse tecido tem como função auxiliar na sustentação da curvatura do pé, ajudando assim no amortecimento e impulsão da pisada.
Essa inflamação tem como principal sintoma dor no calcanhar ou no arco do pé que aparece ao acordar logo no primeiro contato do pé com o chão, após longos períodos sentado ou em pé ou mesmo depois de praticar atividade física. Embora a movimentação alivie a dor, a sobrecarga e os exercícios de alto impacto podem ocasionar a dor novamente.
A fascite plantar afeta principalmente mulheres usuárias constante de salto alto, atletas, bailarinos e pessoas com sobrepeso ou obesidade. As chances do aparecimento dessa patologia aumentam ainda mais se esses pacientes têm entre 40 e 60 anos.
As causas da fascite plantar englobam: idade (desgaste natural); sobrepeso (os pés, que sustentam o corpo, ficam sobrecarregados); calçados inadequados (mau posicionamento do pé causa estresse na fáscia); atividades de alto impacto (ocasionam estresse repetitivo nos pés); desalinhamentos biomecânicos (tipos de pisada: pronada, supinada, neutra e formatos de pé: neutro, cavo e chato) e alterações no arco plantar.
Para o tratamento dessa patologia, são usados diversos recursos, como: terapia manual – massagens e alongamentos objetivando relaxar e reposicionar a fáscia plantar; palmilhas ortopédicas para correção biomecânica e redistribuição de carga, e tala noturna para alongar a fáscia e manter os pés em posição neutra ao longo da noite para evitar o incômodo pela manhã.
Também pode ser usada a bandagem funcional, que é uma fita elástica que tem a função de oferecer estabilidade e proteção ao paciente. No entanto, o mais importante é manter um peso adequado para evitar sobrecarga nos pés, corrigir as alterações biomecânicas presentes, usar calçados com maior amortecimento e suporte possível e usar os anti-inflamatórios prescritos pelo médico.
É fundamental no tratamento da fascite também um programa continuado de exercícios de alongamentos plantar e de cadeias posteriores.
Nos casos mais graves, em que o tratamento conservador não deu resultado, a cirurgia é indicada para romper uma parte da fáscia plantar com o objetivo de liberar o tecido e diminuir a tensão sobre ele.
É importante ainda não confundirmos fascite plantar com esporão de calcâneo, já que o esporão de calcâneo não dói, ele é apenas consequência da fascite plantar, indicando que aquela pessoa não fazia alongamento há muito tempo.
Dr. Wilson Rossi é ortopedista especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo do Instituto da Coluna Campinas.
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