Dr. Wilson Rossi
O calcâneo é o osso que forma o nosso calcanhar e tem como funções suportar grande parte de nosso peso corporal e distribuí-lo harmonicamente por todo o pé, enquanto caminhamos, corremos ou saltamos.
O esporão do calcâneo é uma saliência ou “um bico” ósseo que se forma na região do calcanhar, podendo ser na sola ou atrás, em consequência de tração mecânica continuada de estruturas encurtadas, como a fáscia plantar (fita elástica fibrosa na sola do pé) ou do tendão de Aquiles (quando na região posterior do calcâneo). A tração contínua gera um processo inflamatório crônico local (“entesite”) com consequente formação do esporão, a médio e longo prazo.
O esporão em si não dói, sua presença é apenas uma manifestação radiográfica indicando que esse paciente não faz alongamentos há muito tempo. Os sintomas dolorosos locais devem-se aos fatores que causaram o esporão, como a Fascite Plantar, a Tenopatia insercional do Aquiles, geralmente acompanhada de uma bursite local, deformidades ou alterações mecânicas do pé, como pés planos, pés cavos, pisadas pronadas ou supinadas, encurtamentos plantar e posterior, sobrepeso, etc.
O esporão não requer nenhum tratamento específico, deve-se tratar a doença que o causou, geralmente com medicação anti-inflamatória, tratamento fisioterápico para analgesia e exercícios de alongamentos por vários meses, medidas analgésicas locais como aplicação de gelo, uso de calçado com um pouco de salto, eventuais compensações do apoio com palmilhas adequadas e perda de peso.
O tratamento cirúrgico estará indicado, não para remoção exclusiva do esporão, mas para a correção do problema de base, como a fascite plantar, a tenopatia do Aquiles, realinhamento do pé, etc, quando não há melhora com o tratamento conservador pelo menos após seis meses a um ano de tratamento.
Dr. Wilson Rossi é ortopedista especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo Instituto da Coluna Campinas.
Deixe seu comentário