Dr. Rafael Barreto
A palavra escoliose tem origem grega e significa “curvatura”, ou seja, é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral que mede pelo menos 10° e que se desenvolve normalmente na adolescência por causa desconhecida ou devido à degeneração espinhal durante a fase adulta.
O paciente com escoliose é facilmente identificado quando o olhamos e vemos que existe uma assimetria da cintura, descompensação do tronco, diferença entre as alturas do ombro e assimetria na bacia e tórax.
O diagnóstico dessa deformidade é feita a partir de exame físico juntamente com radiografias que permitem avaliar as características da curva e a partir de então classificar a escoliose em estrutural ou não estrutural.
A escoliose estrutural é o tipo mais comum, mas também o mais sério, pois tem como característica a rotação da coluna vertebral juntamente com a curvatura lateral, assim sendo um problema permanente e que pode se agravar sem tratamento.
Já a escoliose não estrutural ou funcional como também é chamada, diferentemente da estrutural, não envolve rotação da coluna vertebral. Tem como característica apenas a curvatura de um dos lados da coluna e é resultante de uma causa temporária.
Para os pacientes com escoliose estrutural, existem ainda três tipos: idiopática, congênita e neuromuscular. A escoliose idiopática significa que a causa é desconhecida, apesar de pesquisas e estudos sugerirem que a genética tem grande influência. Normalmente esse é o tipo que mais afeta os pacientes e se desenvolve inicialmente na infância ou adolescência.
O tipo congênito tem seu desenvolvimento já no útero e é extremamente raro, enquanto a escoliose neuromuscular é referente a alguma condição neuromuscular presente no indivíduo, como paralisia cerebral ou distrofia muscular.
Devemos pontuar também que lesões ou tumor medular podem desencadear a escoliose.
Quanto ao tratamento, esse sempre será individualizado, pois irá depender do tipo e da evolução do quadro, assim como a idade do paciente. No entanto, o mais comum é o uso de coletes, indicação de cirurgia ou apenas observar o caso.
O uso de colete geralmente é para os casos de pacientes em crescimento e com curvatura entre 25° e 45°. A função desse tipo de tratamento é parar ou diminuir a progressão da escoliose. Nos casos de curvatura maior que 45° na fase de crescimento do adolescente ou quando é progressiva mesmo após o término do crescimento, há indicação da cirurgia.
Por fim, nos casos em que a curvatura é menor que 25° em paciente em crescimento ou menores que 45° em indivíduos que já completaram seu crescimento, normalmente realiza-se apenas a observação do caso e a recomendação de atividades e terapias físicas que possam estimular o condicionamento físico geral, contribuindo para manter a flexibilidade e fortalecimento da coluna, como o RPG, pilates, yoga e quiropraxia.
Dr. Rafael Barreto é ortopedista especialista em Cirurgia da Coluna Instituto da Coluna Campinas.
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