Por Dr. José Rogério Calil Nader
Apesar de todos nós já termos sentido dores, a maioria não sabe a diferença entre dor aguda e dor crônica. A dor aguda é muito importante e sempre tem um propósito: ela serve para nos alertar de que algo em nosso corpo não está bem e que precisa de tratamento especializado, ou seja, é uma aliada no diagnóstico de doenças.
Podemos dizer que a dor aguda, de forma geral, é resultante de alguma inflamação, lesão de tecido ou doença, e é caracterizada por surgir de repente (como em um trauma ou cirurgia) e poder ser acompanhada de ansiedade ou angústia emocional. E ela se limita a um período de tempo e uma escala de gravidade, podendo em alguns casos raros se tornar crônica.
Diferentemente disso, a dor crônica é uma doença do sistema nervoso central considerada crônica a partir do momento em que ela não desaparece após 3 ou 4 meses do seu início, mesmo já tendo sido tratada a sua causa, transformando-se assim na própria doença. Em casos como este, a dor pode ser contínua ou intermitente e nociceptiva ou neuropática, resultante de uma lesão nervosa ou por alteração dos sinais nervosos.
A dor nociceptiva é caracterizada por piorar com os movimentos, ser anatomicamente definida e ter variações de intensidade, enquanto a dor neuropática traz sensações de formigamento, agulhamento ou mesmo queimadura, e é quase sempre associada à hipersensilidade.
Aqueles que sofrem com esse tipo de doença – cerca de 30% da população mundial segundo pesquisas recentes – precisam receber um tratamento que leve em consideração não só o aspecto físico/biológico, mas também os aspectos emocionais e sociais, pois essa dor afeta o bem-estar psicológico e espiritual, as relações interpessoais, promove o afastamento social, altera o sono e o apetite e pode desenvolver a depressão.
O diagnóstico para esse tipo de dor às vezes é difícil de ser confirmado, pois existe o fator de causa desconhecida, que é o surgimento da dor sem evidências de dano em tecidos ou sem razão biológica, por isso esses casos merecem atenção e cuidado na hora do diagnóstico.
Dr. José Rogério Calil Nader é especialista em Tratamento da Dor no Instituto da Coluna Campinas.
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